Categoria Inovação ____________________________________________________________________________ Juntas – A segurança da segunda maior barragem (BEFC) do mundo Nomes e e-mails dos Autores: Carlos Lúcio Lopes Pinto, [email protected] Fábio Luiz Lemos de Assis, [email protected] Hedalina Rodríguez Carmen, [email protected] José Ricardo Prandini Pereira, [email protected] Júlio César de Miranda, [email protected] Márcio Afonso Polidoro, [email protected] Nome do Contrato/Unidade ou Área/Escritório: Central Hidreléctrica Chaglla País: Peru Empresa: Odebrecht Ingeniería y Construcción Perú Unidade: Central Hidreléctrica Chaglla Líder do Contrato: Pedro Schettino ______________________________________________________ RESUMO: A Central Hidreléctrica Chaglla possui a represa de enrocamento com face de concreto mais alta já construída pela Odebrecht e a segunda do mundo. Com 210m de altura, em uma região de topografia altamente acidentada, o grande desafio foi desenvolver e executar um sistema de impermeabilização capaz de suportar as grandes pressões exercidas contra a laje de concreto e ao mesmo tempo permitir as deformações previstas nos modelos de cálculo. A partir das lições aprendidas de outras construções similares, que apresentaram diversas patologias e até rupturas, e o conhecimento adquirido pelos consultores e projetistas se estabeleceram as deformações as quais estará submetida a face de concreto. Devido à magnitude de tais deformações, se definiu um sistema de 28 lajes reticuladas com juntas flexíveis, mas ao mesmo tempo resistentes para suportar as enormes pressões exercidas pelo reservatório durante a operação da usina. De acordo com o estudo sobre o comportamento estrutural da represa foram criados 3 sistemas distintos de juntas; juntas perimetrais, juntas de tração e juntas de compressão. Iremos detalhar as particularidades de cada uma e o processo construtivo adotado no projeto além de ressaltar as melhorias que viabilizaram a execução no prazo necessário. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO: A Central Hidrelétrica Chaglla é um projeto de geração elétrica com potência instalada de 456 MW no Rio Huallaga, Peru. Fica situada na província de Huanuco, a 600 Km de Lima, no início da selva amazônica peruana com altitude média de 800 m. O projeto é um investimento da Odebrecht Latin Fund e faz parte de um complexo de aproveitamento energético na bacia do Rio Huallaga, do qual Chaglla é a primeira obra a ser construída. Chaglla conta com uma barragem de enrocamento com face de concreto de 210 m de altura, túnel de adução com 14 km de comprimento, 3 túneis vertedouros com 900 m de comprimento cada, 1 casa de máquinas com 2 turbinas Francis de 225 MW cada e uma PCH de 6MW logo a jusante da barragem para aproveitamento da vazão ecológica. 2 ______________________________________________________ ______________________________________________________ 1. IDEIAS INCORPORADAS 1.1. Situação anterior às inovações O grande motivador para o desenvolvimento das juntas utilizadas em Chaglla foram as patologias e rupturas ocorridas nas barragens de Campos Novos (202m) e Barra Grande (196m) no Brasil. Essas barragens possuíam sistemas mais simples de juntas e quando submetidas aos esforços do reservatório apresentaram rupturas, principalmente nas juntas centrais de compressão. Essas rupturas causaram infiltrações nas barragens da ordem de 1500 l/s. Foram tomadas medidas para reparar as infiltrações e garantir a integridade estrutural das barragens. As infiltrações nunca foram totalmente controladas. Cabe ressaltar que as juntas não foram os únicos problemas. Haviam também fenômenos desconhecidos sobre o comportamento estrutural de barragens de grande altura e com alto fator de encaixam ente, ou seja, relação entre altura e largura, pois se constatou que barragens construídas em cânions pronunciados apresentavam comportamentos estruturais até então ignorados. A partir daí começaram estudos para profundar o conhecimento sobre o comportamento desse tipo de barragem e o desenvolvimento de um sistema composto de juntas para garantir a estanqueidade e, ao mesmo tempo, permitir a deformação da estrutura sem que ocorram as destrutivas e custosas rupturas. O conceito da junta é o de múltipla proteção. Ou seja, se falha um elemento existem outros para seguir garantindo a estanqueidade da barragem. O que se percebeu em barragens de enrocamento com face de concreto (BFECs) de grande altura é que se apresentavam dois tipos principais de esforços; compressão na zona central e tração na zona de ombreiras. Em posse dos estudos topográficos e geológicos do local de construção da barragem a Intertechne (empresa responsável pelo projeto de engenharia de Chaglla) elaborou o projeto executivo da barragem. Na figura abaixo se podem apreciar as distribuições de tensões principais do modelo. 3 ______________________________________________________ ______________________________________________________ Figura 1. Tensões na face da barragem Foi usado o critério adotado com sucesso em outras BEFCs de dimensionar as lajes submetidas a compressão com 15m de largura e as de tração com 7,5m de largura. A execução da barragem foi executada em duas etapas, indicada pela linha transversal na Figura 1. Definidos os esforços se partiu para a elaboração do projeto das juntas. 4 ______________________________________________________ ______________________________________________________ 1.2. Ideias e ações incorporadas Conforme os resultados obtidos no modelo de elementos finitos se definiram os três tipos básicos de juntas usadas. Na figura abaixo se pode apreciar sua distribuição. Figura 2. Tipos de juntas e localização As juntas de compressão foram desenhadas com os seguintes materiais. o Manta de polivinil: Serve como assento e proteção inferior da junta de cobre o Junta de cobre: fabricada em obra com lâminas de cobre calandradas, possui um bulbo preenchido com EPDM e, fica embebida na laje durante a concretagem 5 ______________________________________________________ ______________________________________________________ o Prancha de EPDM: É colocada entre as lajes durante a concretagem, possui 42mm e sua função é absorver as deformações de compressão entre os panos de lajes. o Cinza Volante (“fly ash”): Cinza de alto-forno ou vulcânica. Material inerte de granulometria fina que funciona como um cicatrizante no caso de alguma falha na junta de cobre. o Geotêxtil: Manta de tecido especial que funciona como um filtro. Permite a saída de água durante a injeção do fly ash, mas não permite a saída dos finos. o Chapa metálica de proteção: Último elemento do conjunto, fabricado com aço galvanizado perfurado, que serve para confinar e proteger o fly ash. As juntas de compressão não são muito distintas de outros projetos consagrados de barragens. No entanto, o projeto inicial e também os consultores do projeto pediam o uso de um mastique GB extrudado in loco , prática muito utilizada nas BEFCs de grande altura chinesas. Existem poucas empresas no mundo especializadas nesse tipo de serviço, quase todas chinesas. É um equipamento muito específico e de pouca disponibilidade. Nas sondagens iniciais de provedores tanto preço e prazo inviabilizaram o uso dessa metodologia. Esse problema levou à busca de outras alternativas por parte da engenharia do projeto. Após muita pesquisa e discussão com projetistas, cliente e consultores conseguimos adotar o fly ash nas juntas de compressão e de tração. Figura 3. Juntas de compressão 6 ______________________________________________________ ______________________________________________________ Para as juntas perimetrais (união entre plinto e lajes da barragem), essa substituição não resultou tecnicamente viável, mas conseguimos adotar uma outra metodologia de aplicação como explicaremos adiante. As juntas de tração e perimetrais é que são a real inovação do projeto. Conforme mostram os resultados do modelo de cálculo, essas juntas podem sofrer deformações de até 260mm. São deformações muito elevadas para que os materiais comumente usados pudessem suportar. Para resistir a essas elevadas deformações foi elaborada, junto à provedora JEENE, uma banda de EPDM corrugada (ômega), que embora apresente resistência a altas pressões e flexibilidade, no caso de termos a abertura total dos 260mm, esta sozinha viria a ruptura. Era necessário conseguir uma forma de ter sistema que fosse flexível, mas ao mesmo tempo ter rigidez quando solicitado ao máximo. A solução encontrada, e aplicada pela primeira vez no mundo, foi de combinar o ômega como uma manta de aramida. A aramida é um tecido altamente resistente e de baixa elasticidade. Comercialmente conhecida como kevlar, é usada na confecção de coletes a prova de balas, entre outras aplicações que requeiram altas resistências e maleabilidade. Essa composição foi usada tanto nas juntas de tração como nas perimetrais. A diferença básica entre as duas é que no caso da junta de tração se viabilizou a injeção do fly ash, enquanto na perimetral seguia a necessidade do mastique GB (material JE-210 de JEENE). Ademais, a junta perimetral possui a prancha de EPDM embutida no concreto, que não existe na junta de tração. Abaixo mostramos o esquema das duas juntas. 7 ______________________________________________________ ______________________________________________________ Figura 4. Junta de tração Figura 5. Junta perimetral Em substituição ao mastique GB extrudado in loco conseguimos viabilizar a instalação de tarugos empilhados conforme se pode verificar na foto abaixo. 8 ______________________________________________________ ______________________________________________________ Figura 6. Ensaio de aplicação JE - 210 1.3. Origem do conhecimento Interna o Projetos já executados por Odebrecht ( UHE Itá, UHE Itapebi) Externa: o Empresa Jeene – Juntas e Impermeabilizações o Consultoria Externa, Bayardo Materón o Projetista Intertechne 2. METODOLOGIA 2.1. Descrição Existem 2 etapas principais na execução das juntas da barragem. A primeira etapa é dos elementos que ficam embutidos na laje, que são aplicadas durante a etapa de execução do concreto da barragem. A segunda etapa, já com o concreto concluída, é a instalação dos elementos fixando-os com parabolts Hilti. 2.1.1. Primeira etapa A primeira etapa de construção das juntas consiste basicamente na instalação da junta de cobre e da prancha de EPDM. As juntas de cobre foram fabricadas com uma calandradora desenvolvida e fabricada em obra conforme Figura 2. 9 ______________________________________________________ Figura 7 Para a aplicação foi feita uma regularização com argamassa na face da barragem, colocada a manta de polivinil e encima se assentou a junta de cobre, conforme demonstrado na figura 3. Figura 8 2.1.2. Segunda etapa Depois da concretagem das lajes segue a instalação dos elementos na face do concreto. ______________________________________________________ Os elementos são aparafusados com parabolts HILTI. Devido à enorme quantidade de perfurações a se executar foi construída uma central de perfuração de juntas com uma mesa de 55 m. Figura 9. Central de perfuração de juntas. Nesta central todos os elementos foram perfurados obedecendo as distâncias de projeto de cada um. No total foram realizados 196.236 orifícios. Ao mesmo tempo que se preparavam os elementos para a instalação, na barragem se avançava com a perfuração e instalação dos parabolts. Para garantir o correto espaçamento das perfurações e, não menos importante, a profundidade para a correta instalação dos parabolts se confeccionou um gabarito que possibilitou precisão e alta produtividade. Figura 10. Uso do gabarito de perfuração. 11 ______________________________________________________ ______________________________________________________ Depois da instalação dos elementos de fixação se inicia o processo de instalação do conjunto completo. Para auxiliar nesse processo idealizamos um carrinho auto propelido que conta com um pequeno compressor para auxiliar na limpeza da face de concreto. Figura 11. Uso do carrinho de juntas. Figura 12. Detalhe do carrinho. Como os elementos foram previamente perfurados e os parabolts instalados, só resta transportar o material ao ponto de aplicação e encaixá-los na face de concreto. 12 ______________________________________________________ ______________________________________________________ Figura 13. Instalação de junta de tração. Figura 14. Instalação de Mastique GB (JE-210) na junta Perimetral Para a fixação final foram usados aparafusadeiras elétricas a bateria e também pneumáticas para alcançar o torque requerido de projeto e melhor produtividade. Ao todo foram usados 35.000 parabolts. Após a instalação de todos os elementos temos a última etapa, a injeção de fly ash nas juntas de compressão e tração. Como a cinza é uma escória de alto-forno, a aplicação direta não atendia os critérios de qualidade e granulometria. Foi necessário fazer o peneiramento das 1200 toneladas do material que vinham na forma de big bags. Para tanto foi criada uma pequena central de peneiramento mecanizado. 13 ______________________________________________________ ______________________________________________________ Figura 15. Peneira de fly ash. Em seguida se procedeu com a injeção da cinza seguindo o método usual e equipamento de injeção de calda cimento. Figura 16. Central de mescla e injeção de fly ash Vale ressaltar que a calda de fly ash deve ser injetada em trechos não muito compridos por vez. No estado líquido ela exerce muita pressão sob a proteção metálica com geotêxtil, que chegou a romper em alguns casos. É preciso deixar que um tramo perca água da mistura, através do geotêxtil, reduzindo assim a pressão hidrostática para prosseguir com a aplicação nos trechos superiores. Para a determinação do traço foram feitos ensaios de laboratório e o resultado foi pela adoção de uma mistura de 2:1 água/cinza. 14 ______________________________________________________ ______________________________________________________ 2.2. Composição das equipes As equipes típicas utilizadas para a instalação das juntas eram formadas por 1 encarregado, 20 montadores e 2 soldadores homologados para as juntas de cobre. A instalação da junta foi supervisionada pelo fabricante JEENE que manteve 1 engenheiro e 2 técnicos durante a execução dos trabalhos. 2.3. Produtividades alcançadas As produções alcançadas conforme os meses de execução do projeto foram de acordo aos quadros a seguir. Produção Juntas Cobre (Inferior) nov-14 237 dic-14 ene-15 239 feb-15 mar-15 abr-15 may-15 jun-15 jul-15 ago-15 133 173 281 1.155 1.355 1.415 1.240 - Compressão - - 510 445 - 630 737 228 Tração - - 25 23 - - 1.369 1.480 80 118 30 202 63 288 Perimetral 1.600 1.355 1.400 1.480 1.415 1.369 1.240 1.155 1.200 1.000 737 800 630 510 600 400 237 281 239 133 -- 200 445 173 -- 80 118 25 288 228 202 23 30 -- 63 - - nov-14 dic/14 Ene/15 Feb/15 mar-15 abr-15 May/15 jun-15 Cobre (Inferior) Compressao Tracao jul-15 ago-15 Perimetral O quadro seguinte mostra a quantidade de pessoas empregadas em cada tipo de junta. MO Juntas nov-14 dic-14 ene-15 feb-15 mar-15 abr-15 may-15 jun-15 jul-15 ago-15 15 ______________________________________________________ ______________________________________________________ Cobre (Inferior) 15 15 8 10 15 45 Compressão 10 10 Tração 5 5 20 20 Perimetral 12 45 45 30 10 10 10 35 55 20 20 25 60 55 50 45 45 45 40 35 30 30 25 20 20 15 15 8 10 10 20 20 15 12 10 5 10 5 10 20 10 10 jul-15 ago-15 nov-14 dic/14 Ene/15 Feb/15 mar-15 Cobre (Inferior) abr-15 May/15 jun-15 Compressao Tracao Perimetral 2.4. Problemas observados O maior problema observado foi nas juntas de tração. A face de concreto foi executada por deslizamento com uma forma de 15m. Para viabilizar o deslizamento das lajes de tração, com 7,5 m, com a mesma régua deslizante das lajes de compressão, foi instalado uma “faca” para induzir a junta. Durante o projeto da forma não foi adequadamente considerada a flexão dessa forma e os efeitos dessa indução de junta na deformação do conjunto. O resultado foi que houve uma deflexão da ordem de 3 cm que reduziu o recobrimento de concreto na zona da junta de tração que fica no meio da régua. Isso impediu a correta perfuração para a instalação dos parabolts. Felizmente o problema foi rapidamente detectado e adaptamos um ressalto na régua deslizante para garantir a correta fixação da junta. Na laje que apresentou o problema tivemos que realizar a reparação ao longo de toda a junta. Nossa recomendação é que se use esse mesmo ressalto ou que se considere um contra flecha na régua para igualar a deformação prevista. Também é necessário tomar cuidado com ondulações no concretado, um efeito que pode ocorrer com frequência em formas deslizantes. As ondulações excessivas comprometem a correta instalação do conjunto já que 16 ______________________________________________________ ______________________________________________________ o elemento final de fixação é uma placa rígida perfurada, que não se adapta facilmente às imperfeições da superfície de concreto. 2.5. Custos incorridos e/ou investimentos A tabela abaixo indica os custos de execução das juntas conforme o tipo. Junta Compressão Mão de obra Materiais Subcontratado Amortização Equipamentos Reversão Índice 7,30 Custo Unitário (USD/m) 39,18 55,03 11,36 2,03 4,65 147,79 260,04 Junta Tração Mão de obra Materiais Subcontratado Amortização Equipamentos Reversão Índice 9,80 Custo Unitário (USD/m) 65,01 336,34 55,01 1,05 12,45 249,34 719,20 Junta Perimetral Mão de obra Materiais Subcontratado Amortização Equipamentos Reversão Índice 11,75 Custo Unitário (USD/m) 83,54 988,51 65,07 2,67 17,67 853,28 2.010,74 17 ______________________________________________________ ______________________________________________________ Abaixo o quadro resumo dos custo incorridos: Junta Compressão Junta Tração Junta Perimetral Cantidad Custo Un. Realizado 2.550,00 PA % Total Realizado Total PA Dif. 260,04 284,57 91% 663.102,00 725.653,50 - 62.551,50 2.906,00 719,20 745,49 96% 2.089.995,20 2.166.393,94 - 76.398,74 783,86 2.010,74 2.192,63 92% 1.576.138,66 1.718.714,95 - 142.576,30 4.329.235,86 4.610.762,39 - 281.526,54 Concluímos que dada a metodologia empregada tivemos uma economia em relação ao previsto no PA de US$ 281.526,54. 3. RESULTADOS OBTIDOS O resultado mais importante obtido é a garantia da segurança de uma das barragens mais altas do mundo com um sistema inovador e com excelente produtividade, que garantiu o cumprimento dos prazos contratuais, os critérios de qualidade e especificação técnica do cliente e obedecendo os custos orçados no PA. 4. ÁREAS DE APLICAÇÃO As informações e metodologias contidas neste trabalho são aplicáveis em barragens de enrocamento com face de concreto que prevejam juntas similares às usadas em Chaglla. É possível também extrapolar seu uso para sistemas de impermeabilização de estruturas sujeitas a esforços e deformações da magnitude do nosso Projeto. 5. CONTATOS Carlos Lúcio Lopes Pinto, [email protected] Fábio Luiz Lemos de Assis, [email protected] Hedalina Rodríguez Carmen, [email protected] José Ricardo Prandini Pereira, [email protected] Júlio César de Miranda, [email protected] Márcio Afonso Polidoro, [email protected] 18 ______________________________________________________
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