BCriai Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação Nº 09 Edição especial de final de ano Organização: Editor-chefe: Sergio Fernando Zavarize Co-editora: Solange Muglia Wechsler Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 SUMÁRIO Editorial 165 Sergio Fernando Zavarize Poema: “PROSPERIDADE” 166 Denise Bragotto RAZÃO DE SER 167 Sumara Regina Ancona Lopes INTEGRANDO CRIATIVIDADE E LIDERANÇA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA 170 Vera Maria Tindó Freire Ribeiro LA CREATIVIDAD DESDE LA MIRADA DEL PSICOANÁLISIS 173 Istom Alexander Rojas De Gracia Resenha do livro: ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO, INTELIGÊNCIA E CRIATIVIDADE: UMA VISÃO MULTIDISCIPLINAR VIRGOLIM, A.M.R. & KONKIEWITZ, E. C. (Orgs) 177 Angela Virgolim IMPLANTAÇÃO DE NÚCLEO EM CRIATIVIDADE NA INFORMAÇÃO 180 Vera Maria Tindó Freire Ribeiro VALE A PENA LER Revista “Estudos De Psicologia” Apresenta Seção Temática Sobre Criatividade 182 AGENDA DE EVENTOS Congresso Brasileiro de Psicologia Positiva Chamada para a próxima edição II 184 185 Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 166 Editorial Sergio Fernando Zavarize Editor BCriai E-mail: [email protected] É com grande alegria que anunciamos o lançamento do nono número do BCriai e estando assim, muito próximos de atingir dois anos de publicações iberoamericanas das mais variadas, na área da Criatividade e Inovação! Esta edição especial de final de ano nos brinda com o belíssimo poema de Denise Bragotto capaz de renovar as esperanças, com uma linda e positiva mensagem sobre a Prosperidade! Temos ainda textos e informações muito interessantes como “A Razão de Ser” por Sumara Regina Ancona Lopes que mostra a iniciativa do SENAI-SP com a promoção do seu “desafio de ideias” Concurso Técnico-Cultural de Inovação, Tecnologia e Design. Vera Tindó apresenta “Integrando Criatividade e Liderança: Relato de uma experiência” onde exibe um trabalho fascinante! Istom Alexander Rojas De Gracia participa desta edição trazendo o ato criativo pelo olhar da psicanálise, como uma ferramenta importante para tentar compreender, explicar e analisar a criatividade, com o manuscrito intitulado “La Creatividad desde la Mirada del Psicoanálisis”. Angela Virgolim compartilha conosco o prêmio que recebeu juntamente com Elisabete Konkiewitz na área de Educação e Pedagogia, obtendo o segundo lugar no 57º Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, com a obra Altas habilidades/superdotação, inteligência e criatividade: Uma visão multidisciplinar. Traz ainda, maiores detalhes sobre o Livro. Vera Tindó apresenta as informações sobre a implantação do Núcleo em Criatividade na Informação que tem como objetivo orientar professores e alunos na construção de estratégias para o desenho pedagógico e da elaboração de objetos de aprendizagens digitais, além da participação colaborativa em redes de conhecimentos e ambientes virtuais de aprendizagem. O Boletim informa também acerca do último número deste ano da revista Estudos de Psicologia (Campinas) que traz uma seção temática muito rica sobre criatividade, organizada por Tatiana Nakano (atual presidente da Criabrasilis). Como Evento destacamos o II Congresso Brasileiro de Psicologia Positiva a realizar-se em 2016. Desejamos a todos uma ótima leitura, boas festas e um ano de 2016 repleto de ideias criativas e inovadoras! Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 166 Denise Bragotto* Ainda que os nossos olhos atônitos estampem indignação e tormenta, ainda que, os nossos lábios pálidos exalem rouquidão e cansaço; ainda que, nossas mãos trêmulas hesitem em plantar novas sementes; somos nós, os lavradores capazes de semear vida na areia. Não será a repetição ineficaz da arrogância, Senão, a solidária união, sem fronteiras, que nos libertará das nuvens escuras e turbulentas. Somos nós, os candeeiros que transformarão o ódio, em fraternidade e dileção; a ignorância, em lucidez e consciência; e a dor, em misericórdia e comprazimento. Somos nós, os arquitetos que planejarão o futuro minimizando a rudeza e a impermeabilidade do concreto e valorizando a terra fértil que nos doa o verde. Não será a razão ditada pelos números ímpares ou pares que semearão a ética e a integridade; será a mansidão dos corações sábios que partilharão, com verdadeira justiça, as colheitas. Somos todos escritores de um novo enredo, prontos para doar uma frase corajosa de amor e resistência, para desembrulhar a escuridão em cada ponto do planeta, para criar uma constelação de compaixão e complacência, se quisermos ter um céu mais estrelado e menos cinzento. Todos nós, temos a senha criativa para ordenhar o caos cotidiano e alimentar a paz e o porvir com que sempre sonhamos. Denise Bragotto* é poetisa, escritora, doutora em psicologia, membro da diretoria da Criabrasilis Associação Brasileira de Criatividade e Inovação e professora da Universidade Estadual de Londrina. (Todos os direitos autorais do poema são reservados à autora). Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 166 Sumara Regina Ancona Lopes Gerência de Inovação e Tecnologia SENAI-SP E-mail: [email protected] O Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional – Departamento Regional de São Paulo tem por missão Promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria brasileira. Nesse sentido e, considerando o fato de o tema inovação ter se tornado parte integrante da política industrial nacional, tornou-se fundamental que o SENAI-SP ampliasse sua atuação junto às indústrias, oferecendo-lhes soluções e suporte na área da inovação. As empresas, por sua vez, já não podendo depender apenas de seus recursos internos para permanecerem competitivas no que diz respeito a desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos, buscam, por meio de novas abordagens, encontrar soluções criativas e originais, fora de seu âmbito. Inovação aberta é uma nova abordagem do processo de inovação, que considera que a capacidade de inovação de uma empresa não está limitada à organização de seus recursos internos. Ao contrário, ela depende, em grande parte, da articulação de recursos internos e externos, tanto para o desenvolvimento quanto para a exploração comercial de novos produtos e serviços. Para a maior parte das empresas, open innovation não é mais uma opção em estratégia de negócios: é uma necessidade para crescerem e se manterem competitivas. O que é Assim, com o propósito de levar a inovação mais perto dos docentes e alunos de suas escolas, o SENAI-SP lançou o Desafio de Ideias - Concurso Técnico-Cultural de Inovação, Tecnologia e Design, com os seguintes objetivos primordiais: • Preconizar e disseminar conceitos de Criatividade, Inovação e de Design entre docentes e alunos do SENAI-SP, • Estimular a capacidade inventiva e criativa, bem como o raciocínio lógico dos alunos, • Atender a demandas da Indústria e • Levar às empresas que aceitam participar do Desafio, as ideias dos alunos relativas à criação de novos produtos, processos e negócios. Os atores O Desafio de Ideias é coordenado e executado por especialistas em criatividade, inovação e design do SENAI-SP e dele participam: • Alunos de cursos do SENAI-SP indicados por diretores e professores das escolas, a partir de um perfil previamente estabelecido, devendo apresentar características tais como iniciativa, liderança, boa comunicação, capacidade de organização e direção, originalidade, flexibilidade, tolerância ao erro, comprometimento e respeito às diferenças, entre outras, • Docentes da instituição, facilitadores do processo de busca à solução do desafio apresentado, capacitados quanto ao uso do pensamento criativo e de técnicas e ferramentas para geração e avaliação de ideias, • Empresas que aceitam o desafio, participando do projeto com a apresentação de um problema a ser resolvido pelos alunos. Onde e como Até o momento, três edições do Desafio de Ideias foram realizadas no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi durante as Olimpíadas do Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 168 Conhecimento do SENAI-SP, três na Escola SENAI “Horácio Augusto Silveira” (Alimentos) e uma na Escola SENAI “Nami Jafet”, por ocasião da Semana Tecnológica das escolas. Já toparam nosso Desafio de Ideias empresas como a Basf S/A, a Baumer, a BRF, a Cargill, a Danone, a Leandro’s Sorvetes e Sobremesas Finas, a Mr. Veggy, a Mitutoyo, a Nestlé, a PURATOS Brasil Ltda, a QueenNut Ind. e Com. de Alimentos Ltda, a Samsung, a Siemens e a 3M. Com o apoio do SENAI-SP, uma das edições foi realizada no SENAI-CE, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, com a participação de alunos daquele Departamento Regional e das empresas Esmaltec e SKF Bombas. Como a inovação não acontece por acaso, o local de realização do evento tem de ser especialmente desenhado e construído para estimular e facilitar a produção de ideias e conceitos, com disponibilidade dos mais variados recursos, além da orientação de diversos profissionais do próprio SENAI-SP-SP. O espaço tem de ter algo de divertido, com objetos interessantes e instigantes, que servem para estimular o pensamento divergente e a criatividade. Deve haver ainda uma cesta de alimentos nutritivos, tais como frutas, sucos, água, iogurtes e biscoitos. É preciso que o ambiente seja diferente daquele de uma sala de aula comum, monocromática e com carteiras umas atrás das outras, na maioria das vezes, para que a integração, a colaboração e as soluções criativas aconteçam. Há espaços descontraídos para um descanso rápido, espaços abertos para atividades com todos os participantes e espaços fechados para a concentração e a realização dos trabalhos em equipe. Há computadores, impressoras, Internet, e os participantes podem ainda trazer suas próprias ferramentas. Rubem Alves escreveu que Devemos ter conosco duas caixinhas: uma com nossas ferramentas e outra com nossos brinquedos, e que na vida, devemos usar sempre as duas! No Desafio de Ideias também! Logo no primeiro dia, os representantes das empresas apresentam os desafios às equipes, que deverão buscar soluções de caráter inovador aos problemas apresentados. Distribuídos em times intencionalmente heterogêneos, os alunos trabalham intensamente por dois dias e, no terceiro, apresentam as soluções encontradas aos representantes das empresas, a quem caberá avaliar tais propostas, escolher aquela que mais bem atenda aos critérios de avaliação do concurso, bem como premiar os integrantes da equipe vencedora. Entre os critérios, sugere-se que considerem o grau de criatividade, de originalidade e inovação da proposta, a viabilidade técnico-econômica do projeto, o processo de desenvolvimento de ideias, a efetividade e a qualidade da apresentação final. Todas as edições do Desafio de Ideias provocam surpresas e trazem benefícios e resultados altamente positivos para os atores. Todos ganham! Os benefícios São múltiplos os benefícios advindos desta atividade. Para o SENAI-SP, essa aproximação mais estreita com as empresas, além de sempre bemvinda, é necessária e estimulante. Para as empresas: De modo geral, as empresas aceitam participar do Desafio de ideias com o objetivo de estimular o processo de inovação, talvez, justamente porque já tenham a inovação por vocação. Embora elaborados em tão curto espaço de tempo, os projetos vencedores são sempre surpreendentes, segundo declarações de representantes das empresas. Todas as propostas apresentadas, vencedoras ou não, são levadas por elas para análise interna, para utilização total ou parcial, além de serem entendidas como sementes de ideias para futuros projetos. Todo o processo de cada uma das equipes – ideias, etapas do processo criativo, tomadas de decisão, desenhos, dúvidas surgidas – fica registrado ao longo da duração do Desafio no instrumento Diário de Bordo, também de posse da empresa proponente. Isso é uma fonte abundante para novas ideias. A empresa ganha, no tempo de dois dias e meio, de três a quatro propostas aplicáveis. Numa das vezes, a empresa disse que a ideia apresentada pelos alunos, na empresa, levou quase seis meses para ser obtida pelos profissionais que trabalhavam no projeto. A reação da empresa é sempre de surpresa pelo resultado, e de satisfação por os alunos terem conseguido solucionar o desafio em tão pouco tempo, com tão poucos recursos. Para os alunos: Após o evento, os alunos expressam seus sentimentos por meio de um instrumento de avaliação. Em quase todas as edições, ressaltaram que o convívio estreito e intenso com pessoas desconhecidas e a necessidade de administrar essa diversidade durante os desafio é o aprendizado mais marcante, mostrando que Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 169 trabalhar em um grupo heterogêneo é um dos fatores mais relevantes no processo. Além da felicidade impressionante que o ganho de conhecimento traz para os envolvidos. Segundo a Professora Sílvia Helena Carabolante, diretora de escola do SENAISP, “os alunos gostam do Desafio de Ideias porque podem sentir o próprio potencial. Pelo prazer de ter sucesso num trabalho em grupo de sucesso e de ver materializar algo concreto a partir de ideias com as quais contribuíram”. Já a docente Cristina Francisca de Oliveira declara que o que mais chama sua atenção no Desafio de Ideias é “a capacidade que os alunos têm em resolver o problema em tão pouco tempo, é superação”. Os alunos acabam por aprender a importância do trabalho em equipe e que resultados originais só podem ser obtidos por meio da busca e da criação conjunta de uma solução, o que em si já é uma grande lição. Já foi mencionado também o aprendizado prático e estratégico que a atividade proporciona, além da oportunidade de superação de limites pessoais, o que sem dúvida, será levado por eles quando se tornarem profissionais. Talvez o aprendizado mais precioso para cada aluno seja descobrir que aquilo que ele e só ele sabe, é importante para o resultado final: ele descobre que aquilo que sua criatividade e aquilo que ele sabe fazer são essenciais para a composição do todo. Sente-se valorizado e parte do jogo. No Desafio de Ideias realizado no SENAI do Ceará, a partir da observação do desempenho dos alunos durante a realização do concurso, ao final do evento, uma das empresas parceiras fez oferta de trabalho a três deles, para início imediato. Conclusões Os resultados obtidos até o momento demonstraram a importância e os benefícios do Desafio de ideias para todos os atores do Desafio de Ideias. O professor Giuseppe Ricardo Passarini destaca na atividade “o formato e a dinâmica de todo o processo, desde a formação dos grupos heterogêneos, até a apresentação dos desafios, o que gera uma pressão e uma ansiedade boa”. Destaca ainda o envolvimento quase que imediato de todos os integrantes: “eles agem como um time desde o primeiro momento”; ele conclui que o inesperado seja um causador disso: um misto de liberdade e pressão que contagia a todos. “A surpresa, a pressão e a liberdade criam um caldo rico e estimulante e o aprendizado vem da experimentação destas sensações”, completa o professor. O Professor Walter Vicioni Gonçalves, Diretor Regional do SENAI-SP, ressalta a preocupação da atual gestão com a inovação e desenvolvimento do pensamento criativo no processo educacional. Segundo ele, “o sistema educacional instalado no Brasil mata a criatividade do aluno. A instituição tem destacado a importância de o aluno estar no centro do processo educacional e o Desafio de Ideias corrobora esta intenção. O SENAI-SP estimula o aluno a pensar, a fazer diferente e a ser ele mesmo”, conclui o Diretor. O desejo é que o Desafio de Ideias se transforme numa prática regular no âmbito das unidades escolares do SENAI-SP, com o propósito de evidenciar a criatividade e a inovação dentro de suas salas de aula e na vida de seus docentes e alunos. Afinal, quando os jovens desta geração estiverem no mercado de trabalho, talvez seja esta a maneira como desenvolverão suas tarefas: em equipes heterogêneas, em locais diversos, com desafios que nunca imaginaram, nas quais a cooperação, a flexibilidade, o raciocínio crítico, a tomada de decisões, a liderança, a comunicação, novos aprendizados e muita criatividade serão essenciais para a consecução dos objetivos buscados. O mundo será para aqueles que toparem viver criativamente. Aliás, o mundo sempre foi assim! Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 170 Vera Maria Tindó Freire Ribeiro Kairós Consultoria E-mail: [email protected] De 14 a 29 de Julho deste ano, participei do CPSI, (Creative Problem Solving Institute), evento anual promovido pela CEF (Creative Education Foundation) da qual faço parte do corpo de Lideres Facilitadores. Entre outras atividades recebi o convite da Dra. Jo Yudess para apresentar uma atividade no módulo do ICL (Integrando Criatividade e Liderança). Este Módulo é etapa final obrigatória para aqueles que postulam a posição de Líderes do Programa da CEF e só tem acesso a ele quem já passou pelos módulos prévios. O grupo trabalhou com o exercício da Pirâmide, descrito no recém lançado livro de Solange Wechsler, Fátima Morais e Lucia Miranda(2015) : "Criatividade: Aplicações práticas em contextos internacionais" do qual participo com o capitulo “Quatro Estratégias de Intervenção para o Desenvolvimento do Pensamento Criativo em Programas de Desenvolvimento da Criatividade para Lideranças” no qual levanto a suposição que a metacognição é desenvolvida por atividades que produzam pensamento reflexivo, questão já abordada por autores como Paulo Freire (), Schön (), e Larrosa (2000). Alarcão (1996) complementa o pensamento de Schön ao recomendar o desenvolvimento, no professor, de uma habilidade que é a base da competência de Criatividade: a resolução criativa de problemas, que através dos três tipos de reflexão na ação, irão permitir a este “desconstruir o problema manifestado aparente para identificar o problema real.” Para construir o problema, diz Alarcão, [...] é preciso dar nomes às coisas, identificá-las, estruturá-las, relacioná-las, vê-las com outros olhos, sob outros prismas, ser capaz de considerar aspectos aparentemente irrelevantes e ignorar eventualmente aspectos que inicialmente pareciam ter uma importância capital. Nesse processo diz a autora, chegamos por vezes a intuições subjetivas que manifestando-se sob a expressão do Eureka, nada mais são do que [...] o fruto de uma reorganização de conceitos interpretativos que, na sua nova configuração, permitem vislumbrar uma luz no fim do túnel. Todo esse processo tem origem na situação problemática concreta e aponta para caminhos de ação a seguir. Embora Alarcão se refira explicitamente ao professor, acreditamos que essa visão seja necessária a todos que exercem uma função de liderança. O exercício A montagem da pirâmide foi criado para demonstrar a importância do pensamento visionário, da Visão que o líder deve ser capaz de proporcionar a seu time através de um processo de construção coletiva, mas que precisa do pensamento Diagnostico para poder identificar os desafios a vencer para se chegar à Visão. Possibilita o poder do pensamento reflexivo em conjunto, da meta-cognição descrita por Puccio na etapa Analisando a situação do seu modelo. Os conceitoschave envolvidos são o uso dos pensamentos divergente e convergente; da habilidade de adiamento do julgamento; dos tipos de pensamento propostos pelo modelo CPS: TheThinking Skills Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 171 Model; do uso da ferramenta 5W e 1 H ® para identificação do problema; uso do pensamento metacognitivo; desenvolvimento de habilidades na formulação de questões indutivas; criatividade grupal e trabalho colaborativo. Etapa Avaliando a situação Explorando a Visão Formulando desafios Puccio, Murdock e Mance (2007) desenvolveram um modelo a partir do modelo original do CPS (Creative Problem Solving) de Osborn e Parnes (1953) e deram a este o nome de The Thinking Skills Model, descrito de forma resumida no quadro abaixo. Quadro1: o modelo CPS: The Thinking Skills Model (Ribeiro, 2009). Propósito Tipo de Skills Afetivos que dão suporte à prática pensamento desse tipo de pensamento requerido Descrever e identificar dados Pensamento Curiosidade relevantes e determinar o Diagnóstico Desejo de aprender ou saber; mente próximo passo do processo inquisitiva Desenvolver uma visão do Pensamento Capacidade de sonhar resultado desejado Visionário Imaginar tantos desejos ou esperanças quanto possíveis Identificar lacunas que devem Pensamento Habilidade para detectar lacunas a ser preenchidas para chegar estratégico serem preenchidas. Estar atento às ao resultado desejado discrepâncias entre o que existe e o que se quer O exercício A montagem da pirâmide foi criado para demonstrar a importância do pensamento visionário, da Visão que o líder deve ser capaz de proporcionar a seu time através de um processo de construção coletiva, mas que precisa do pensamento Diagnostico para poder identificar os desafios a vencer para se chegar à Visão. Possibilita o poder do pensamento reflexivo em conjunto, da meta-cognição descrita por Puccio na etapa Analisando a situação do seu modelo. Os conceitoschave envolvidos são o uso dos pensamentos divergente e convergente; da habilidade de adiamento do julgamento; dos tipos de pensamento propostos pelo modelo CPS: The Thinking Skills Model; do uso da ferramenta 5W e 1 H ® para identificação do problema; uso do pensamento metacognitivo; desenvolvimento de habilidades na formulação de questões indutivas; criatividade grupal e trabalho colaborativo. A experiência no ICL: A montagem da pirâmide foi aplicada a um grupo de sete participantes, dos USA, India, Canada e Holanda, com graus variados de conhecimento e experiência na metodologia. O produto final do ICL era a construção e partilha de um modelo pessoal de liderança, baseado tanto nos aspectos teóricos quanto produto da interação grupal, das reflexões a partir das atividades executadas, etc. A consigna do exercício seguiu a descrição de nosso capitulo, com uma variação: cada participante recebeu três cartões de cores diferentes que representavam papeis: laranja, líder; marrom, observador e azul, o “hands on” ou executor operacional. Os critérios de uso ficaram a cargo do grupo mas todos deveriam ser capazes de visualizar a cada momento o papel em exercício do outro. Descrição do processo: O grupo resolveu o problema em torno de 45 minutos. A solução encontrada pelo grupo para mostrar o papel exercido foi: manter o cartão correspondente no topo da pilha. Não havia nenhum tipo de restrição quanto ao exercício dos diversos papeis (número de vezes que mudou, tempo no papel, etc.) Comentários: Sobre a dinâmica: Constatamos que a introdução da regra de clareza de papeis gerou um comportamento de auto-percepção e permitiu aos membros do grupo assinalarem quando julgavam que alguma pessoa estava fora do papel e cobrassem coerência (walk as you talk). Por exemplo, quando um observador (cujo papel predefinido era observar e anotar o processo), interferiu na execução, sem assinalar a mudança de papel, o grupo lembrou a necessidade de deixar claro essa mudança, o que foi feito de forma natural e sem sinal de conflito. Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 172 Sobre o processamento: Um dos membros do grupo, em determinado momento, se mostrou irritado com a informação que somente um modelo de pirâmide poderia ser criado (por questões técnicas) e insistia que “se era uma atividade criativa, porque não se poderia fazer o modelo que quisesse”? No processamento, o Facilitador levantou a questão das emoções como parte autentica do processo de liderança, e o próprio grupo chegou à reflexão de que o exercício tratava de liderar colaborativamente e passar do Conhecer na ação para a Reflexão na ação e chegar ao Presente na ação, onde, segundo Schön, Pensamos criticamente sobre o pensamento que nos levou a essa situação difícil [...] ou oportunidade e podemos, nesse processo, reestruturar as estratégias de ação, a compreensão dos fenômenos ou a forma de conceber os problemas (p. 33) e que, portanto , no contexto dos objetivos do ICL, a atividade não tratava de criar um produto novo (criativo) e sim usar o pensamento criativo no processo de facilitação. Referências: ALARCÃO, I. Reflexão Crítica sobre o pensamento de Schön e os programas de formação de Professores. R. Fac. Educ., São Paulo, v. 22, n. 2, p.11-42, 1996. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2008. Coleção Leitura LARROSA, J.B. Notas sobre a Experiência e o saber da Experiência. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, v. 1, n. 19, p.2028, 2002. PUCCIO, G.; MURDOCK, M.; MANCE, M. Creative leadership: skills that drive change.Thousand Oaks:Sage,2007 RIBEIRO, V.M.T.F. Desafios e oportunidades no ensino do processo criativo nas organizações. Giglio,Z.G.; Wechsler,S.M.; Bragotto,D.(orgs.) Da criatividade à Inovação. Campinas, Papirus,2009 _______Quatro estratégias de intervenção para o desenvolvimento do pensamento criativo em programas de desenvolvimento da criatividade para lideranças. Morais, M.F. Miranda, L.C. de; Wechsler, Solange Muglia (Orgs.) Criatividade :aplicações práticas em contextos organizacionais. SCHÖN, D. A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre. Artmed, 2008. Reimpressão. Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 173 Istom Alexander Rojas De Gracia Universidad Autónoma De Chiriquí - David, Panamá Email: [email protected] Resumen: En el presente artículo se pretende observar el acto creativo desde el psicoanálisis, que es una herramienta fundamental para intentar comprender, explicitar y analizar la creatividad. Nos manifiesta que toda producción cultural surge en el inconsciente del sujeto, originada en lo sexual reprimido, por surgir una situación no placentera de concretarse la pulsión que la originó. Se entenderá entonces el acto creativo como una posibilidad reparadora del conflicto psíquico y la sublimación como la posibilidad que tiene la persona de realizar actos creativos y no caer en un cuadro patológico. Palabras clave: creatividad, psicoanálisis, arte, Freud, sublimación, Klein, Winnicott. 1. Introducción: Intentaremos acercarnos en forma parcial (ya que tenemos claro que es un tema por demás complejo) realizando un recorrido a través de distintos autores del campo psicoanalítico. La disciplina del psicoanálisis es una herramienta fundamental para poder comprender, explicar y analizar la creatividad. Para empezar, hay que decir que la capacidad de renunciar a la totalidad y a la perfección es imprescindible para poder comprender la creatividad. Existe una creencia en el ser humano, la necesidad de vivir de manera creativa y libre, de transitar por el mundo de un modo significativo y trascendente. Según Freud, si esto no se logra, es muy probable encontrarse con enfermedades como la neurosis, la perversión y/o las enfermedades somáticas, ya que la acumulación de la libido narcisista resultaría patógena para el yo. El proceso de la “sublimación” que denominó Freud, es la base común de las disciplinas del psicoanálisis y el arte. Éste concepto permite a las diferentes sociedades la construcción de su cultura, siendo a partir de éste concepto que intentaremos la comprensión del tema que nos ocupa, teniendo en cuenta especialmente, que es justamente la sublimación lo que permite la construcción de nuestra cultura . Haremos un seguimiento del concepto de sublimación a través de los textos de M. Klein, autora que desarrolló y amplió lo formulado por Freud con la extensión del tratamiento psicoanalítico a los niños. Klein describió las causas que perturban o que permiten el desarrollo del talento creador. Para finalmente articular la creatividad con el psicoanálisis mencionaré también el autor Winnicott, un pediatra y psicoanalista que basa su trabajo en el de Klein, que explicó que hay una muy íntima conexión entre lo que denomina un “vivir creador” y su relación con la salud o en su defecto la enfermedad. 2. Desarrollo: Freud, el creador del psicoanálisis, nos habla del concepto de sublimación que la define como el “proceso en el que las fuerzas instintivas sexuales son desviadas de sus fines sexuales y orientadas hacia otros distintos, proporcionando poderosos elementos para todas las formaciones culturales”. Sigmund Freud explica con el concepto de sublimación desde el punto de vista económico y Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 174 dinámico, las actividades sostenidas por un deseo que no apunta en forma manifiesta hacia un fin sexual como por ejemplo la creación artística. En su obra “Tres ensayos para una teoría sexual, la sexualidad infantil”, Freud entiende que la sublimación es el tercer desenlace al que puede llegar una disposición anormal, lográndose por medio de la sublimación una elevación de la capacidad de rendimiento psíquico y dice que se halla aquí, una de las fuentes de la actividad artística. Así entonces, Freud enuncia una relación mixta entre la capacidad de rendimiento, la perversión y la neurosis, como formas de descarga de la excitación superflua de la libido. Podemos considerar de acuerdo con Laplanche y Pontalis, que Freud con la introducción del concepto del narcisismo anticipa otra idea: la existencia de un tiempo intermedio que existiría entre la transformación de una actividad sexual en una actividad sublimada (dirigiéndose ambas hacia objetos externos independientes). Este tiempo intermedio, permitiría la retirada de la libido sobre el yo, que haría posible la desexualización. M. Klein amplió lo formulado por Freud apoyándose en el análisis infantil. Postula el origen de la sublimación ya en los primeros años del niño, adelantando así la formulación de Freud que consideraba que la sublimación se iniciaba en el período de latencia. La autora inglesa sostiene que la capacidad de sublimar, permite suponer que la persona que permanece sana, logra hacerlo justamente por tener una mayor capacidad para sublimar en un estadio temprano del desarrollo de su yo. Afirma que se llega a la neurosis, por no tener suficiente capacidad de sublimación y que además, probablemente también le faltaba la capacidad para el mecanismo de represión exitosa. Dice que el grado en que están presentes las capacidades, en una persona, están determinadas, además de los factores constitucionales, por otros factores libidinosos. Uno de los factores básicos es la catexia libidinosa de una tendencia del yo y que es un componente constante de todo talento e interés. Esto es muy importante de tener en cuenta, debido a que muchas opiniones sostienen el carácter innato del talento, en cambio Klein con su punto de vista permite un punto de apoyo fructífero a nuestro entender para el estudio del desarrollo de la capacidad creativa y de los factores que la estimulan. Con respecto a cómo se produce la sublimación ella afirma que es por medio de la formación de símbolos, que sería la fijación de las fantasías libidinosas en forma simbólica sexual, sobre objetos, actividades e intereses especiales. Además dice que el desarrollo de un interés por el arte o de un talento creador, dependerían en parte de las riquezas e intensidad de las fijaciones y fantasías representadas en la sublimación y que el genio parece posible cuando todos los factores involucrados están presentes con tal abundancia como para hacer surgir agrupaciones únicas, configuraciones de unidades que mantienen cierta similitud esencial unas con otras refiriéndose a las fijaciones libidinosas. Por último M. Klein concluye en este artículo, que las fijaciones libidinosas determinan la génesis de las neurosis y también de la sublimación, y que por algún tiempo marchan juntas. La fuerza de la represión es la que va a determinar si se convertirá en sublimación o neurosis. Plantea entonces que el análisis infantil tiene posibilidades, porque puede sustituir la represión por la sublimación y de ésta manera, trocar el camino hacia la neurosis por el que conduce al desarrollo de talento. Según esto, estamos tentados a pensar que aquí también existe un puente que permite el pasaje de la libido hacia objetos exteriores, y ese puente sería entonces “la formación de símbolos " que nos resulta semejante a ese "tiempo intermedio" del cual habla Freud. El psicoanalista inglés Donald Winnicott se destaca por su posición singular dentro del campo de la psicología del niño. Aunque fue freudiano primero, y luego discípulo de Melanie Klein, sus ideas adquirieron una sólida identidad hasta representar una de las contribuciones más creativas a la teoría, sobre todo en un campo poco explorado por el psicoanálisis: el de la ubicación de la experiencia cultural en la organización psíquica. Para poder entender lo que Winnicott nos plantea es necesario conocer sus escritos “Objetos y fenómenos transicionales”, donde nos define que un fenómeno transicional es la modalidad de funcionamiento psíquico que constituye los fenómenos, el espacio y los objetos transicionales. Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 175 El espacio transicional es virtual, se abre entre la subjetividad del infante y el reconocimiento del mundo exterior. Los fenómenos transicionales son generadores de ese espacio potencial de experiencia y acaecen en él. Son fenómenos de características ilusorias que, partiendo de una indistinción entre lo subjetivo y lo que es exterior al sujeto, deviene en ámbitos y procesamientos distinguibles y relacionables. El objeto transicional es un objeto material del entorno, por lo general blando, que el bebé elige y usa dentro del área intermedia de experiencia. Posee características paradójicas, pues aunque tiene materialidad, para el sujeto no proviene del exterior ni del interior (un oso de peluche). Winnicott sugiere que los fenómenos transicionales empiezan a aparecer desde los 4 a 6 meses, hasta los ocho a doce y que posteriormente en el desarrollo normal del niño los objetos y fenómenos transicionales van perdiendo gradualmente significación, se van volviendo difusos y se extienden a todo el territorio intermedio entre la "realidad psíquica interna "y el "mundo exterior", tal como lo perciben dos personas en común, es decir a todo el campo cultural, lo que abre el camino para abarcar el juego, la creación y apreciación artística, entre otras actividades. El objeto transicional no es un objeto interno, es una posesión, pero para el bebé tampoco es un objeto exterior. La zona inmediata, es la que se ofrece al bebé entre la creatividad primaria y la percepción objetiva basada en la prueba de la realidad. Además dicho autor dice que la tarea de aceptación de la realidad nunca acaba, que ningún ser humano se encuentra libre de la tensión de vincular la realidad interna con la exterior, y que el alivio de ésta tensión lo proporciona una zona intermedia de experiencia, que no es objeto de ataques, en la que se encontrarían las artes, la religión, etc. En la zona de espacio potencial, sobre la que se basa para el desarrollo del tema creatividad, tiene presente la influencia del ambiente sobre el desarrollo emocional del individuo. “No es inevitable que nadie logre explicar alguna vez el impulso creador y es improbable que a1guien quiera hacerlo, pero resulta posible establecer el vínculo entre el vivir creador y el vivir mismo y se pueden estudiar las razones por las cuales existe la posibilidad de perder el primero y que desaparezca el sentimiento del individuo, de que la vida es real o significativa". (Winnicott, 1972). 3. Conclusiones: Freud, Klein y Winnicott, coinciden al señalar que la creatividad empieza a desarrollarse en el individuo desde que este es un niño. En este sentido, no es posible pensarla como un don innato. Desde los momentos más tempranos de la vida, la configuración de las estructuras mentales y la singularidad del establecimiento de los vínculos relacionales consigo mismo, con los otros, y con el mundo en general, abren paso a la capacidad creadora. La capacidad de sublimar, permite suponer que la persona que permanece sana, logra hacerlo justamente por tener una mayor capacidad para sublimar en un estadio temprano del desarrollo de su yo. Klein afirma que se llega a la neurosis, por no tener suficiente capacidad de sublimación y que además, probablemente también le faltaba la capacidad para el mecanismo de represión exitosa. Para Winnicott, la madre siempre estuvo con el niño, satisfaciendo sus necesidades, haciendo que este la adoptase como parte de sí mismo, así que, al alejarse su madre, el niño busca como llenar esa ausencia, lo que lo lleva a escoger su objeto transicional, al cual inviste de un afecto tal, que llena ese vacío. Esto puede ser tomado como una de las primeras creaciones del niño, porque él no crea el objeto, inviste de afecto al objeto existente, le coloca una serie de características nuevas y propias al objeto, lo cual sería llamado como acto creativo. El sujeto puede agregar elementos propios de su mente a objetos reales y distinguir el nuevo objeto ya investido con el antiguo, es “la novedad” el elemento fundamental para que un acto sea creativo. Puedo concluir diciendo que es la capacidad de crear la que lleva al ser humano a alejarse de las enfermedades mentales, o más precisamente, de la depresión, así como lo hace un niño con los objetos transicionales al perder el vinculo íntimo con la madre, así como los artistas sublimando crean arte, o cuando superamos un duelo por la muerte de un ser querido, el sentimiento de perdida de tu nación etc. Y el que no tiene suficiente capacidad de sublimación llega a una neurosis, incluso si es muy deficiente esa capacidad, a una psicosis. Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 176 4. Bibliografía: Freud, Sigmund, "Obras Completas", Editorial Biblioteca Nueva. Madrid, 1981. 4a Edición. Traducción López Ballesteros. Freud, Sigmund. "Introducción al Narcisismo" "Obras Completas", Editorial Biblioteca Nueva. Madrid, 1981. 4a Edición Traducci6n López Ballesteros. Pichon Riviere, Enrique,"El proceso creador" Ediciones Nueva Visión. Bs. As. 1977. Klein, M. (1986). “Principios del análisis infantil: contribuciones al psicoanálisis”. Winnicott, D.: "Objetos transicionales y fenómenos transicionales", Realidad y juego, Buenos Aires, Galerna, 1972. Laplanche, J. Y Pontalis, J.B. "Diccionario de Psicoanálisis" Editorial -Labor, Barcelona 1967. Carlos A. Churba, “Sublimación y Creatividad” trabajo presentado en la Facultad de Psicología de la Universidad de Buenos Aires, 1984. Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 177 VIRGOLIM, A.M.R. & KONKIEWITZ, E. C. (Orgs). (2014) Angela Virgolim Universidade de Brasília E-mail: [email protected] Resenha É com alegria que compartilho com os leitores do Boletim Ibero-Americano de Criatividade o prêmio que Elisabete Konkiewitz e eu recebemos na área de Educação e Pedagogia: segundo lugar no 57º Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, com a obra Altas habilidades/superdotação, inteligência e criatividade: Uma visão multidisciplinar. Este é um dos mais altos prêmios literários no Brasil, o que se reveste de particular importância para nós, por abordar e dar visibilidade a dois temas tão esquecido na educação brasileira, que são as altas habilidades/superdotação e a criatividade. Assim, vou compartilhar com vocês os principais tópicos abordados nesta obra, de forma a motivá-los também a conhecer o livro. Partimos do seguinte princípio norteador: dados todos os mitos na área, o desconhecimento da população em geral e da acadêmica, e o avanço promovido pela tecnologia nas áreas da neuropsicologia, psicologia e pedagogia, o que sabemos sobre a inteligência, as altas habilidades e o desenvolvimento de talento? Como se deu o desenvolvimento destas áreas, quais mitos venceu e quais propostas e tendências podemos esperar nas próximas décadas? Assim, a primeira parte do livro vai focalizar áreas ligadas à medicina, neurobiologia e neuroeducação. Observamos que, com a grande revolução que se observa na ciência da mente, com o grande desenvolvimento da moderna tecnologia, tem-se tornado possível o estudo da neuropsicologia e da neuroquímica do cérebro, ultrapassando as simples observação do comportamento para entender os complexos processos de aprendizagem, raciocínio e resolução de problemas. Por exemplo, as noções bem estabelecidas até o século passado de que o número de neurônios é fixo no nascimento foi substituída pela evidência de que os neurônios e as conexões neuronais estão em contínuo crescimento no cérebro. Também a visão unitária e fixa da inteligência deu, paulatinamente, lugar a outras concepções, pluralísticas e mais dinâmicas. Aliando dados observacionais, métodos estatísticos complexos e neuroimagens cerebrais, o campo toma rumos inusitados. Diferentes definições, teorias e métodos educativos surgem para a questão da superdotação, que sugerem novas implicações para as políticas educacionais no país. Portanto, os autores vão focalizar nestes capítulos iniciais os aspectos cognitivos e não cognitivos da inteligência em sua evolução temporal; os aspectos neurobiológicos do funcionamento cerebral desde a gestação, passando pelas influências ambientais; a confluência da criatividade e da inteligência na Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 178 compreensão da superdotação; o papel fundamental das artes, particularmente da música, como um componente biopsíquico do repertório de capacidades humanas com raízes profundamente biológicas; os processos neurofisiológicos envolvidos nas questões educacionais, e a articulação entre neuroeducação e inteligências a partir das manifestações artísticas e corporais para a aprendizagem; o estudo das funções neuropsicológicas envolvidas na aquisição da leitura, focalizando na construção de intervenções de estimulação, prevenção e busca do diagnóstico do distúrbio de leitura; a educação bilíngue e suas implicações para a aprendizagem da leitura e da escrita; e ainda o papel da nutrição na cognição infantil, buscando entender a relação de alimentos, nutrientes, dietas e outros aspectos da nutrição com a cognição, o comportamento, assim como as disfunções e as doenças. Entendo assim a inteligência por seus aspectos bio e neuropsicológicos, a segunda parte do livro aborda os aspectos psicológicos e educacionais. Assim, os autores irão focalizar a concepção de superdotação no Modelo dos Três Anéis (aqui, o próprio Renzulli apresenta o Modelo de Enriquecimento Escolar); As altas habilidades/ superdotação no transcurso da vida até a idade adulta, focalizando a inteligência, a personalidade e a criatividade; o impacto dos processos cognitivos superiores sobre o desempenho social de indivíduos talentosos, aliados a métodos para o ensino das habilidades sociais na promoção de interações sociais mais saudáveis; a questão da identificação do superdotado, focalizando as Leis, Resoluções e documentos que buscam assegurar os direitos desta população especial e apresentação de um instrumento para a avaliação dos talentos intelectuais; a contribuição de Milner para o desenvolvimento da criatividade na educação e a descrição de oficinas de criatividade nesta perspectiva. A última parte do livro trata das aplicações educacionais das diversas teorias e modelos para o desenvolvimento do potencial e do talento de crianças e jovens no ambiente escolar. Aqui os autores focalizam aspectos como: a necessidade da escola oferecer um currículo escolar que respeite os interesses, aptidões e modos de aprender de todos os seus alunos, em uma concepção de educação inclusiva; programas, currículos e modelos de aprendizagem diferenciados e modificados especialmente para os superdotados; adaptação curricular para o enriquecimento ou aceleração de estudos de alunos com altas habilidades; a mediação pedagógica por meio de situações lúdicas ou de jogos na autorregulação das crianças nas produções matemáticas na escola e fora dela. E, por fim, a importância da aceleração quando ela é adequadamente implantada na escola. Esperamos que este livro possa contribuir para um futuro de abordagens pedagógicas coerentes e de pesquisas inovadoras, para que as pessoas, e, em especial, as crianças, no nosso país, tenham todas finalmente a oportunidade de desenvolver as suas potencialidades em plenitude. Boa leitura a todos. SUMÁRIO do LIVRO INTRODUÇÃO PARTE 1 – VISÃO GERAL DA INTELIGÊNCIA Capítulo 1 A inteligência em seus aspectos cognitivos e não cognitivos na pessoa com altas habilidades/ superdotação: Uma visão histórica Angela M. Rodrigues Virgolim Capítulo 2 Neurobiologia da inteligência - um desafio às Neurociências: Circuitos cerebrais associados ao processamento intelectual, funções executivas, neuroplasticidade, interação gene-ambiente e epigenética Elisabete Castelon Konkiewitz Capítulo 3 Arte e música como essências da inteligência humana Paulo Estêvão Andrade Olga Valéria Campana dos Anjos Andrade Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 179 Capítulo 4 Neuroeducação e Inteligência: como as artes e a atividade física podem contribuir para a melhora cognitiva Alfred Sholl-Franco Tatiana Maia Barreto Talita da Silva de Assis Capítulo 5 O estudo das funções neuropsicológicas envolvidas na aquisição da leitura Wânia Cristina de Souza Kátia Estevão Rodrigues da Silva Capítulo 6 A educação bilíngue e suas implicações para a aprendizagem da leitura e da escrita Simone Aparecida Capellini Giseli Donadon Germano Capítulo 7 O papel da nutrição na cognição infantil Thalise Yuri Hattori Andréa Pereira Vicentini Maria Cristina Corrêa de Souza Capítulo 8 Avaliação psicométrica das habilidades cognitivas: Relação entre inteligência e criatividade Tatiana De Cássia Nakano PARTE 2 – A SUPERDOTAÇÃO Capítulo 9 A Concepção de Superdotação no Modelo dos Três Anéis: Um modelo de desenvolvimento para a promoção da produtividade criativa Joseph S. Renzulli Capítulo 10 As altas habilidades/ superdotação no transcurso da vida: Infância e adultez Juan José Mouriño Mosquera Claus Dieter Stobäus Soraia Napoleão Freitas Capítulo 11 Características sócio-emocionais do indivíduo talentoso e a importância do desenvolvimento de habilidades sociais Angela Virgolim é psicóloga, doutora em Psicologia Educacional pela University of Connecticut, especialista em Psicologia da Superdotação pelo National Research Center on Gifted and Talented. É professora adjunta do Departamento de Processos Psicológicos Básicos do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília. Jane Farias Chagas Capítulo 12 Ok, a prática traz a perfeição, mas o que sustenta a prática? Aspectos motivacionais e emocionais da aprendizagem expert, numa perspectiva psicanalítica. Afonso Galvão Anna Carolina Lemos Ribeiro Capítulo 13 Desafios na identificação de alunos intelectualmente dotados Eliana Santos de Farias Solange Múglia Wechsler Capítulo 14 Pensamento e criação na educação contemporânea: Aportes teóricos e sugestões práticas Christina Cupertino Denise Roche Belfort Arantes Mariangela Fabiane Melcher PARTE 3 – APLICAÇÕES EDUCACIONAIS Capítulo 15 Superdotação e Currículo Escolar: Potenciais superiores e seus desafios na perspectiva da educação inclusiva Vera Lucia Palmeira Pereira Capítulo 16 Superdotação e currículo Maria Clara Sodré S. Gama Capítulo 17 Plano de Atendimento Educacional Especializado integrado ao Plano Individual de Ensino com vistas a Aceleração de Estudos: Sugestão adaptada do modelo de Joseph Renzulli Cristina Maria Carvalho Delou Capítulo 18 O fazer matemática na escola e o desenvolvimento da inteligência: Quando o contexto lúdico favorece o desenvolvimento da criatividade revelando novas concepções acerca da capacidade cognitiva. Cristiano Alberto Muniz Capítulo 19 Aceleração: Mais rápido não é sinônimo de melhor Susana Graciela Pérez Barrera Pérez Elisabete Castelon Konkiewitz é médica, neurologista e psiquiatra, doutora em Neurologia pela Technische Universität München, professora adjunta da Universidade Federal da Grande Dourados. Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 180 Vera Maria Tindó Freire Ribeiro Núcleo de CT&I EB 'Criatividade e Literacia midiática e informacional para a docência e Formação Técnico Profissional' PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO COM A EDUCAÇÃO BÁSICA NÚCLEOS DE CTI-EB. O Programa de Pós Graduação da UNITSE /PPED teve aprovada a proposta de implantação do Núcleo de CT&I EB 'Criatividade e Literacia midiática e informacional sob a Coordenação do Prof. Ronaldo Nunes Linhares. Considerando a estrutura da proposta de currículo da UNESCO sobre a Literacia midiática e informacional o Núcleo de CT&I EB pretende orientar professores e alunos na construção de estratégias para o desenho pedagógico com destaque para os seguintes pontos: 1. Desenvolver competência digitais para o ensino técnico; 2. Possibilitar aos professores e alunos a mediação criativa necessária para desbloqueio de criatividade 3. Avaliar de maneira crítica a informação apresentada – no contexto específico e amplo de sua produção; 4. Demonstrar como meios e provedores podem contribuir para promover liberdades fundamentais e aprendizagem ao longo da vida; 5. Enfatizar os aspectos éticos nos meios e provedores e as capacidades, os direitos e as responsabilidades dos indivíduos em relação aos mesmos. 7. Divulgar fontes de informação e sistemas de organização e armazenamento; ensinar processos de acesso, pesquisa e determinação das necessidades da informação e como entender, organizar e avaliar a informação, incluindo a veracidade das fontes; 10. Criação e apresentação da informação em formatos variados, em especial jogos matemáticos e objetos de aprendizagem digitais. 11. Preservação, armazenamento, reutilização, arquivamento e apresentação da informação em formatos utilizáveis; ferramentas de localização e recuperação da informação; 13. Desenvolver habilidades no uso da informação para resolver problemas, tomar decisões nos campos pessoal, econômico, social e político. 14. Avaliação dos textos midiáticos e informação; produção e uso dos meios e da informação. Com este núcleo, reiteramos o papel da Universidade em auxiliar a educação pública através de proposições e estratégias que contribuam para transformar a pratica pedagógica de professores, infoincluir sujeitos, professores e alunos, criar e difundir conhecimento através da produção de objetos de aprendizagens digitais e da participação colaborativa em redes de conhecimentos e ambientes virtuais de aprendizagem. A pesquisa aprovada pela Fapitec está dirigida para a docência e Formação Técnico Profissional' que integre Letramento digital, Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 181 docência e produção colaborativa de conhecimento, envolvendo professores e alunos de três Unidades de Ensino Médio Integrado a educação profissional localizadas na região norte do estado, definido como território da cidadania do Alto e Baixo São Francisco, território das APLS de piscicultura, apicultura, pecuária de leite, cerâmica vermelha e ovinocaprinocultura. O desenho metodológico da Proposta, bem como a programação didática e os materiais e tutoriais construídos estão voltadas para o desenvolvimento de experiências de aprendizagem na formação do público-alvo desde o planejamento, passando pelo acompanhamento e avaliação. Neste processo de formação, temos três eixos temáticos que servirão como linhas mestras para a elaboração e desenvolvimento das Metas e ações do Núcleo, a saber: a) a Literacia midiática e informacional digital para iniciação cientificam, inovação e formação profissional; b) competências docentes para o uso das TIC voltadas para a produção e divulgação de objetos digitais de aprendizagem; c) a mediação criativa para desbloqueio de criatividade. Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 182 ValeapenaLer O último número deste ano da revista Estudos de Psicologia (Campinas) apresenta uma seção temática sobre criatividade, organizada por Tatiana Nakano. Abaixo o sumário da revista, na íntegra. Vale a pena conferir! INSTRUMENTOS E PROCESSOS AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA INSTRUMENTS AND PROCESS PSYCHOLOGICAL ASSESSMENTS EM IN Depressão e priming de palavras positivas, neutras e negativas PSICOLOGIA DO ENSINO E APRENDIZAGEM PSYCHOLOGY OF TEACHING AND LEARNING Estresse, depressão e percepção de suporte familiar em estudantes de educação profissionalizante Influência da modalidade de reconto na avaliação do desempenho de escolares em compreensão leitora PSICOLOGIA DE SAÚDE HEALTH PSYCHOLOGY Adversidade na infância prediz sintomas depressivos e tentativas de suicídio em mulheres adultas portuguesas Coping da hospitalização em crianças com câncer: a importância da classe hospitalar Family functioning in adolescents with major depressive disorder: A comparative study Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 183 Rivalidade fraterna durante a gestação materna do segundo filho: manifestações e estratégias de manejo Expressão da dor na criança com câncer: uma compreensão fenomenológica Apego materno-fetal, ansiedade e depressão em gestantes com gravidez normal e de risco: estudo comparativo SPECIAL SECTION: CREATIVITY AND GIFTEDNESS EDITORA CONVIDADA | INVITED EDITOR: Tatiana de Cássia Nakano Criatividade habilidades/superdotação e altas Gifted students with a coexisting disability: The twice exceptional A morte na perspectiva de enfermeiros e médicos de uma Unidade de Terapia Intensiva pediátrica Bateria para avaliação das altas habilidades/superdotação: análise dos itens via Teoria de Resposta ao Item Repercussões do processo de reestruturação dos serviços de saúde mental para crianças e adolescentes na cidade de Campinas, São Paulo (2006-2011) Percepção de professores de Língua Portuguesa sobre criatividade em produções textuais discentes Desigualdade social na escola SEÇÃO ESPECIAL TEMÁTICA: CRIATIVIDADE E ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO Efeitos de um programa de criatividade para professoras em alunos do ensino fundamental Excelência profissional: a convergência necessária de variáveis psicológicas Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 184 AgendadeEventos Maiores informações acessem: http://psicopositiva.com.br/ Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016 185 Chamadaparaapró ximaediçã o Convidamos a todos os interessados em publicar neste Boletim a enviar suas contribuições até dia 20/02 / 2016. Boletim nº 09 – Lançamento previsto para dia 15 de março de 2016. Este boletim aceita contribuições nos idiomas português, espanhol e inglês. Participem! Esta é uma excelente oportunidade para divulgar seus trabalhos para a comunidade ibero-americana. E-mail para o envio: [email protected] Cordialmente, Sergio Fernando Zavarize Editor-chefe Solange Muglia Wechsler Co-editora Organização: Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovação, Campinas, nº 09, 163-185, dezembro, 2015 - março, 2016
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